segunda-feira, 6 de abril de 2009

O barulho que vinha de cima


“ No terceiro dia em que dormia no pequeno apartamento de um edifício recém-construído,ouviu os primeiros ruídos. De normal,tinha sono pesado e mesmo depois de despertas levava tempo para se integrar no novo dia,confundindo restos de sonho com fragmentos da realidade. Por isso não deu de imediato importância à vibração de vidros,atribuindo-a a um pesadelo. A escuridão do aposento contribuía para fortalecer essa frágil certeza. O barulho era intenso. Vinha dos pavimentos superiores e assemelhava-se aos produzidos pelas raspadeiras de assoalho. Acendeu a luz e consultou o relógio: três horas. Achou estranho. As normas do condomínio não permitiam trabalho dessa natureza em plena madrugada. Mas a máquina prosseguia na impiedosa tarefa,os sons se avolumando, e crescendo a irritação de Gérion contra a companhia imobiliária que lhe garantira ser excelente a administração do prédio. De repente emudeceram os ruídos.”

(Murilo Rubião. O homem do boné cinzento e outras histórias. São Paulo: Ática,1990.p.9.)


Gérion logo se apavorou, pois percebeu que o ruído havia cessado. Parou, pensou, e acabou ficando muito curioso pra saber que barulho era aquele. Levantou-se, foi até o banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes. Trocou de roupa e saiu. Procurou as escadas, e começou a subir em direção aos pavimentos superiores.
Ao chegar em uma espécie de sala, ele mal conseguia enxergar, por que estava muito escuro. Andava vagarosamente afim de descobrir o motivo de tal ruído, até que bateu em alguma coisa. Após o choque, ele escutou um choro tímido. Uma criança parecia lhe abraçar, e ela estava muito assustada. Gérion levou-a até a escada, e percebeu que era um garoto de uns 6 anos que estava com um martelo na mão. Entendeu que aqueles barulhos eram o menino batendo para chamar a atenção dos moradores.
O menino disse ao Gérion que tinha subido até ali para brincar, mas que se perdeu quando começou a escurecer. Por isso o menino chorava e batia o martelo com tal força. Gérion se sentiu aliviado e desceu com o menino até o segundo andar que era onde ficava a casa do garoto. O pai do menino ficou muito agradecido, e disse que aquilo não iria se repetir mais.
Finalmente Gérion pode voltar para casa e dormir tranqüilo, sentindo-se um rapaz corajoso e principalmente, um herói.


Rafael Nunes 2º A

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