segunda-feira, 6 de abril de 2009



Sempre foi muito cômodo para mim viver entre aquelas quatro paredes. Os velhinhos eram calmos e seguiam uma rotina já conhecida até pelos vizinhos. Recebi durante toda a minha vida atenção, carinho e comida. Em troca, minha dedicação à família era indiscutível.
Deparava-me com fotos antigas nos corredores e imaginava quantas gerações haviam habitado esta casa. Os cafés-da-manhã no jardim, as festas de família, os almoços de domingo. Até de como encontraram meu bisavô: na rua, faminto, ao léo e trouxeram-no para cá. Histórias que meus pais me contavam e nunca me esqueci. O cheiro da casa não me deixava duvidar. Percebia pelo aroma e presença de meus antepassados.
À noite, como era de costume, saia às ruas à procura de companhia, mas voltava cedo, sempre às oito, para colocar os velhos na cama. Neste dia, não seria diferente.
Mas ao retornar, encontrei a porta fechada e logo percebi que algo havia de errado. Entrei pelos fundos e atravessando um dos corredores, vi pela janela. A polícia prostrava-se do lado de fora, ao lado da biblioteca, como se quisesse derrubar a porta. Corri para o quarto de Irene, sempre a primeira a dormir para contar o acontecido, mas ela não se encontrava mais lá.
Lívia Brandão Mota Cavalcanti - 2ºA

Nenhum comentário:

Postar um comentário