sexta-feira, 6 de março de 2009


Naqueles tempos de chuva, o rio enchia-se e o menino tinha que se levantar mais cedo. Antes do sol nascer, ele já estava na margem do rio, enchendo o tanto de baldes que fosse possível carregar. Isso se repetia durante todo o inverno.
Em uma dessas madrugadas, quando pegava água para o consumo da família, o ser mais exuberante que havia visto em toda a sua vida apareceu na margem oposta do rio. Uma mulher encantadora cantava com uma voz capaz de atrair o mais convencido dos homens. Sua beleza comparava-se a da virgem pela qual o menino rezava todas as noites. Mas como só a encontrava antes do amanhecer e ela sempre estava no outro lado do rio, nunca trocou uma só palavra com a moça.
Após vários dias de encontros silenciosos, o menino encorajou-se e foi tentar falar com aquela criatura tão misteriosa. Porém aconteceu algo mais enigmático ainda. A mulher, ao perceber a aproximação do rapaz, começou a cantar e a levá-lo para as águas do rio. Ele admirado, só percebeu suas intenções quando conseguiu ver grandes nadadeiras e escamas na parte do corpo da criatura imersa na água.
Depois dessa manhã, o menino nunca mais foi visto. Conta-se também, que o rio nunca mais teve suas águas em falta.
Lívia Brandão Mota Cavalcanti - 2 A

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